Ocorrência de Bactérias Multirresistentes em Solos Florestais no Município de Curitibanos - SC

Autores/as

  • Thaís Fernandes Ronsani 1Laboratório de Microbiologia, Departamento de Ciências Naturais e Sociais, Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Curitibanos, Santa Catarina, Brasil.
  • Letícia Gonçalves Camargo 1Laboratório de Microbiologia, Departamento de Ciências Naturais e Sociais, Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Curitibanos, Santa Catarina, Brasil.
  • Estela Kovalski 1Laboratório de Microbiologia, Departamento de Ciências Naturais e Sociais, Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Curitibanos, Santa Catarina, Brasil
  • Emerson Gabriel dos Passos 1Laboratório de Microbiologia, Departamento de Ciências Naturais e Sociais, Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Curitibanos, Santa Catarina, Brasil.
  • Letícia Zaparolli Perin Laboratório de Microbiologia, Departamento de Ciências Naturais e Sociais, Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Curitibanos, Santa Catarina, Brasil.
  • Sonia Purin da Cruz Laboratório de Microbiologia, Departamento de Ciências Naturais e Sociais, Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Curitibanos, Santa Catarina, Brasil.

Palabras clave:

solo florestal, coliformes termotolerantes, resistência antimicrobiana

Resumen

A multirresistência bacteriana representa um desafio crescente à saúde pública. Este estudo teve como objetivo avaliar a ocorrência de bactérias multirresistentes em solos florestais no município de Curitibanos – SC. As coletas foram realizadas ao longo de um ano, abrangendo quatro estações e diversos ambientes, como floresta secundária, plantios de Pinus e Eucalyptus, áreas agrícolas e sistemas agroflorestais. Amostras de solo foram submetidas a diluição seriada, cultivo em ágar MacConkey e teste de suscetibilidade a três antibióticos (ampicilina, ciprofloxacino e tetraciclina) pelo método de disco-difusão. Os resultados mostraram uma média geral de 2.254.680 UFC g⁻¹ de solo seco, sem variação estatística entre locais ou estações. No entanto, a resistência aos antibióticos variou conforme a estação, com maiores índices no outono e inverno. Foram detectadas bactérias multirresistentes especialmente nas áreas de floresta secundária e Pinus adulto. Conclui-se que ambientes florestais também podem atuar como reservatórios de resistência antimicrobiana, sendo essencial sua inclusão em programas de monitoramento ambiental.

Citas

ANSELMO, A. P. et al. Bactérias resistentes em alimentos escolares. Revista de Nutrição, Campinas, v. 29, n. 4, p. 519–528, 2016. DOI: 10.1590/1678-98652016000400010.

BAQUERO, F.; MARTÍNEZ, J. L.; CANTÓN, R. Antibiotics and antibiotic resistance in water environments. Current Opinion in Biotechnology, v. 19, n. 3, p. 260–265, 2008. DOI: 10.1016/j.copbio.2008.05.006.

CAUMO, S. et al. Presença de coliformes em fontes utilizadas para irrigação de hortaliças. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 14, n. 1, p. 85–91, 2010.

CLSI. Clinical and Laboratory Standards Institute. Performance standards for antimicrobial susceptibility testing: twenty-eighth informational supplement M100-S28. Wayne: CLSI, 2018.

COSTA, R. A. et al. Uso de antibióticos e resistência bacteriana. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 22, n. 8, p. 2721–2730, 2017. DOI: 10.1590/1413-81232017228.01552017.

CYTRYN, E. The soil resistome: the anthropogenic, the native, and the unknown. Soil Biology and Biochemistry, v. 63, p. 18–23, 2013. DOI: 10.1016/j.soilbio.2013.03.009.

GRAHAM, D. W. et al. Antibiotic resistance gene abundances associated with waste discharges to the environment: a meta-analysis. Environmental Science & Technology, v. 50, n. 14, p. 7740–7749, 2016. DOI: 10.1021/acs.est.6b00288.

JAMIESON, R. et al. Persistence of enteric bacteria in alluvial streams. Water Research, v. 36, n. 10, p. 2653–2662, 2002. DOI: 10.1016/S0043-1354(01)00450-4.

JAMIESON, R. C. et al. Transport and survival of fecal bacteria in agricultural soils. Canadian Journal of Soil Science, Ottawa, v. 82, n. 2, p. 385–395, 2002. DOI: 10.4141/S01-056.

KIRBY, W. M. M.; BAUER, A. W. Antibiotic susceptibility testing by a standardized single disk method. American Journal of Clinical Pathology, v. 45, p. 493–496, 1966.

KRAEMER, S. A. et al. Antibiotic pollution in the environment: from microbial ecology to public policy. Microorganisms, Basel, v. 7, n. 6, p. 180, 2019. DOI: 10.3390/microorganisms7060180.

MARTINS, J. C. et al. Resistência antimicrobiana em bactérias ambientais: uma abordagem de saúde única. Revista Ciência & Saúde, v. 13, n. 1, p. 1–10, 2020.

RIZZO, L. et al. Urban wastewater treatment plants as hotspots for antibiotic resistant bacteria and genes spread into the environment: a review. Science of the Total Environment, v. 447, p. 345–360, 2013. DOI: 10.1016/j.scitotenv.2013.01.032.

TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.

WELLINGTON, E. M. H. et al. The role of the natural environment in the emergence of antibiotic resistance in Gram-negative bacteria. The Lancet Infectious Diseases, v. 13, n. 2, p. 155–165, 2013. DOI: 10.1016/S1473-3099(12)70317-1.

WHO. World Health Organization. Antimicrobial resistance: global report on surveillance. Geneva: WHO, 2014.

Publicado

2025-10-02