Epidemiologia das infecções em cirurgias ortopédicas em um serviço de residência médica no sul do Brasil
Palavras-chave:
infecção hospitalar, cirurgia ortopédica, fatores de riscoResumo
Este estudo teve como objetivo avaliar a incidência de infecções pós-operatórias em cirurgias ortopédicas realizadas entre março de 2014 e março de 2015 em um hospital referência em trauma do sul do Brasil. Por meio de uma análise retrospectiva de 1937 prontuários, os casos foram classificados quanto ao local da cirurgia (membros superiores ou inferiores), grau da infecção (superficial ou profunda), uso de garrote, tempo cirúrgico, presença de residente em campo operatório e ocorrência de fraturas expostas. A taxa geral de infecção foi de 9,4%, com 5,57% de infecções superficiais e 3,82% de infecções profundas. O tempo cirúrgico médio foi maior nos membros inferiores, assim como a incidência de fraturas expostas. Identificou-se associação significativa entre infecção e as variáveis tempo cirúrgico prolongado, uso de garrote e presença de residente. Conclui-se que a vigilância contínua e a análise dos fatores de risco são essenciais para a redução das taxas de infecção em cirurgias ortopédicas.
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