Utilização da samambaia Pteridium arachnoideum como fitorremediadora de Pb em áreas de mineração de carvão

Resumo

As ações antrópicas têm elevado os teores de elementos-traço (ET’s) pelo planeta, ocasionando contaminações em corpos d’água e solos, a exemplo do que ocorre na Bacia Carbonífera Catarinense (BCC) e os passivos ambientais ocasionados pela atividade de mineração do carvão. O presente estudo teve por objetivo realizar uma revisão bibliométrica sobre mineração de carvão e o uso de samambaias como fitorremediadoras e avaliar o potencial fitorremediador da samambaia Pteridium arachnoideum em área de depósito de carvão em SC. A metodologia foi dividida em duas etapas: na primeira fora realizada uma análise bibliométrica em banco de dados Scopus e Web of Science (WOS) com termos específicos, como “fern”, “phytoremediation” e “mining”, analisando os artigos publicados entre os anos de 2002 a 2022. Na segunda realizou-se avaliação do acúmulo de Pb no tecido da P. arachnoideum coletada em áreas de mineração de carvão da BCC. Criciúma, Forquilhinha, Lauro Müller, Siderópolis e Urussanga, foram os municípios para o desenvolvimento da pesquisa sobre caracterização dos teores de Pb presente nos rejeitos e estéreis dos depósitos da BCC, por apresentarem maiores problemas com passivos ambientais. Os teores de Pb encontram-se acima do valor de prevenção predito, para o solo, tanto para a resolução CONAMA n⁰ 420/2009, em três depósitos avaliados (A7, A8 e A9) que é de 72 mg.kg ^-1, quanto para a Portaria do IMA n⁰ 45/2021, de 16,08 mg.kg^-1, onde apenas a área A12 não apresentou valor superior ao estabelecido. Os estéreis e rejeitos da mineração são quimicamente pobres em macro e micronutrientes, apresentando teores anômalos de ET’s. Mesmo com altos teores de Pb no solo, a P. arachnoideum, consegue se desenvolver no ambiente inóspito, demonstrando que pode apresentar potencial para fitoestabilização de Pb.