Uso de líquens como bioindicadores no monitoramento ambiental: uma revisão

Autores

  • Luana Búrigo Vargas
  • Raquel Holtrup Wolff
  • Juliana Ferreira Soares

Palavras-chave:

Qualidade ambiental, Simbiontes, Indicador biológico

Resumo

O monitoramento ambiental possui como diretriz o acompanhamento de condições de determinado local, exercendo uma avaliação quanto ao estado em que se encontra. Ressalta-se o crescente uso de indicadores biológicos, que traduz, de forma mais íntegra, a situação do meio ambiente em questão. Quanto a isso, realizou-se uma revisão bibliográfica, a partir de trabalhos publicados em banco de dados digitais, datados entre os anos de 2007 e 2022, sobre o monitoramento ambiental com o uso de líquens. Os líquens, simbiontes, apresentam sensibilidade a compostos e substâncias, sendo bioacumuladores e bioindicadores nos compartimentos de ar e solo. Sua utilização ocorre, também, para avaliação de ecossistemas e sua qualidade de manutenção, sendo aplicados até mesmo em áreas de acidentes radioativos. Todavia, o uso de líquens para o monitoramento deve difundir-se mais, visto que os trabalhos encontrados denotam sobre muito sobre o tema de monitoramento da qualidade do ar, deixando uma lacuna a ser explorada.

Referências

ARIAS, A. R. L. et al. Utilização de bioindicadores na avaliação de impacto e no monitoramento da contaminação de rios e córregos por agrotóxicos. Ciência & Saúde Coletiva, v. 12, n. 1, p. 61-72, mar. 2007.

BELIVERMIS, M. COTUK, Y. Radioactivity measurements in moss (Hypnum cupressiforme) and lichen (Cladonia rangiformis) samples collected from Marmara region of Turkey. Journal of Environmental Radioactivity, v. 101, p. 945-9512010.

BERNARDO, F. et al. Thallus structural alterations in green-algal lichens as indicators of elevated CO2 in a degassing volcanic area. Ecological Indicators, v. 114, 2020.

BOCCOLINI, M. F. et al. Grupos bacterianos en un argiudol típico con aplicación de glifosato: influencia en bacterias del nitrógeno. Ciencia del Suelo, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, v. 32, n. 2, dez. 2019.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília, Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm. Acesso em: 23 maio 2022.

BRASIL. Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Brasília, Disponível em: http://pnqa.ana.gov.br/Publicacao/RESOLUCAO_CONAMA_n_357.pdf. Acesso em: 23 maio 2022.

BRASIL. Resolução CONAMA nº 491, de 19 de novembro de 2018. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar. Brasília, Disponível em: https://www.in.gov.br/web/guest/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/51058895/do1-2018-11-21-resolucao-n-491-de-19-de-novembro-de-2018-51058603. Acesso em: 16 jul. 2022.

BRAZ, S. N.; LONGO, R. M. Qualidade ambiental das cidades: uso de bioindicadores para avaliação da poluição atmosférica. Sustentabilidade: Diálogos Interdisciplinares, v. 2, p. 1-21, 2021.

BRITTON, A. J.; FISHER, J. M. Terricolous alpine lichens are sensitive to both load and concentration of applied nitrogen and have potential as bioindicators of nitrogen deposition. Environmental Pollution, v. 158, n. 5, p. 1296-1302, 2010.

CATÁN, P. et al. Mercury and REE contents in fruticose lichens from volcanic areas of the south volcanic zone Soledad. Atmospheric Pollution Research, v. 13, n. 4, p. 101384, 2022.

CETESB. Qualidade do Solo: alores orientadores para solo e água subterrânea. alores orientadores para solo e água subterrânea. 2022. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/solo/valores-orientadores-para-solo-e-agua-subterranea/. Acesso em: 16 jul. 2022.

DOS SANTOS, R. K. et al. Lichens used as bioindicator of air quality inmining townof Itabira. Research, Society and Development, v. 7, n. 12, 2018.

IBAMA. Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima). 2022. Disponível em: https://www.gov.br/ibama/pt-br/composicao/quem-e-quem/centros/cenima. Acesso em: 23 maio 2022.

KÄFFER, M. I. et al. Corticolous lichens as environmental indicators in urban areas in southern Brazil. Ecological Indicators, v. 11, p. 1319–1332, 2011.

KAPUSTA, S. C. Curso técnico em meio ambiente: bioindicação ambiental. Porto Alegre: Escola Técnica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008. 88 p. Disponível em: http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_amb_ saude_seguranca/meio_amb/031212_bioindicacao.pdf?msclkid=77c52aa9c05211eca2276ad100be8e1b. Acesso em: 19 abr. 2022.

LEYTE-VIDAL, J. J. P. et al. Caracterización de tres bioindicadores de contaminación por metales pesados. Revista Cubana de Química, v. 31, n. 2, p. 293-308, 2019.

LINARES, M. S. et al. Do wider riparian zones alter benthic macroinvertebrate assemblages’ diversity and taxonomic composition in neotropical headwater streams? Acta Limnologica Brasiliensia, v. 33, p. 1-12, 2021.

LLEWELLYN, T.; GAYA, E.; MURRELL, D. J. Are urban communities in successional stasis? a case study on epiphytic lichen communities. Diversity, v. 12, n. 9, p. 330, 2020.

LUCHETA, F. et al. Comunidade de liquens corticícolas em um gradiente de urbanização na Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, no sul do Brasil. Rodriguésia, v. 69, p. 323-334, 2018.

LUCHETA, F. et al. Lichens as indicators of environmental quality in southern Brazil: An integrative approach based on community composition and functional parameters. Ecological Indicators, v. 107, p. 105587, 2019.

MAKI, E. S. et al. Utilização de Bioindicadores em Monitoramento de Poluição. Biota Amazônia, v. 3, n. 2, p. 169-178, 2013. doi: http://dx.doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v3n2p169-178

MARTINS, S. M. A. et al. Liquens como bioindicadores da qualidade do ar numa área de termoelétrica, Rio Grande do Sul, Brasil. Hoehnea, v. 35, n. 3, p. 425-433, 2008.

MCMULLIN, R. T. et al. Relationships between the structural complexity and lichen community in coniferous forests of southwestern Nova Scotia. Forest Ecology and anagement, v. 260, p. 744–749, 2010.

MCMULLIN, R. T. et al. Ten years of monitoring air quality and ecological integrity using field-identifiable lichens at Kejimkujik National Park and National Historic Site in Nova Scotia, Canada. Ecological Indicators, v. 81, p. 214–221, 2017.

NOVAIS, J. et al. Use of sunflower and soybean as bioindicators to detect atrazine residues in soils. Planta Daninha, v. 37, p. 1-8, 2019.

OHMURA, Y. et al. Cs concentrations in foliose lichens within Tsukuba-city as a reflflection of radioactive fallout from the Fukushima Dai-ichi Nuclear Power Plant accident. Journal of Environmental Radioactivity, v. 141, p. 38-43, 2015.

OLSEN, H. B. et al. Xanthoria parietina as a monitor of ground-level ambient ammonia concentrations. Environmental Pollution, v. 158, p. 455-461, 2010.

OSYCZKA, P.; ROLA, K. Integrity of lichen cell membranes as an indicator of heavy-metal pollution levels in soil. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 174, p. 26–34, 2019.

OSYCZKA, P.; ROLA, K.JANKOWSKA, K. Gradientes de concentração vertical de metais pesados em líquens Cladonia em diferentes partes de thalli. Indicadores Ecológicos, v. 61, n. 2, p. 766-776, 2016.

PALHARINI, K. M. Z. et al. Efeitos de borda refletem o impacto da matriz agrícola sobre os líquens corticolous encontrados em fragmentos do Cerrado savana no Brasil Central. Sustentabilidade, v. 12, n. 17, 2020.

PAOLI, L. et al. Epiphytic lichens as indicators of environmental quality around a municipal solid waste landfifill (C Italy). Waste Management, v. 42, p. 67–73, 2015.

PAOLI, L. et al. Lichens “travelling” in smokers' cars are suitable biomonitors of indoor air quality. Ecological Indicators, v. 103, p. 576–580, 2019.

PAOLI, L. et al. Long-term biological monitoring of environmental quality around a solid waste landfifill assessed with lichens. Environmental Pollution, v. 161, p. 70-75, 2012.

PEREIRA, Í. et al. Comparative study of the presence of heavy metals utilizing epiphytic corticolous lichens in Talca city, Maule Region, Chile. Gayana Botânica, v. 75, n. 1, p. 494-500, 2018.

PEREIRA, P. S.; BRITO, A. M. Controle Ambiental. Juazeiro do Norte, CE: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, 2012. 110 p. Disponível em: https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/413/2018/12/01_controle_ambiental.pdf. Acesso em: 23 maio 2022.

PUY-ALQUIZA, M. J. et al. Study of the distribution of heavy metals in the atmosphere of the Guanajuato city: use of saxicolous lichen species as bioindicators. Ingeniería, Investigación y Tecnología, v. 18, n. 1, p. 111-126, 2017.

PRESTES, R. M.; VINCENCI, K. L. Bioindicadores como avaliação de impacto ambiental. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, v. 2, n. 4, p. 1473-1493, 2019.

SAWIDIS, T.; TSIGARIDAS, K.; TSIKRITZIS, L. Cesium-137 monitoring using lichens from W. Macedonia, N. Greece. Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 73, p. 1789–1796, 2010.

RAIMUNDO-COSTA, W. et al. The use of Parmotrema tinctorum (Parmeliaceae) as a bioindicator of air pollution. Rodriguésia, v. 72, 2021.

RAIZ, H. T. et al. Bioindicadores de líquens de deposição de nitrogênio e enxofre em florestas secas de Utah e Novo México, EUA. Indicadores Ecológicos, v. 127. 2021.

RAMOS, N. P.; LUCHIARI JUNIOR, A. Monitoramento ambiental. AGEITEC. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_73_711200516719.html. Acesso em: 23 maio 2022.

ZUNIC, Z. S. et al. Traces of DU in samples of environmental bio-monitors (non-flflowering plants, fungi) and soil from target sites of the Western Balkan region. Journal of Environmental Radioactivity, v. 99, p. 1324–1328, 2008.

XU, S. Y. et al. Lichen nitrogen concentrations and isotopes for indicating nitrogen deposition levels and source changes. Science of the Total Environment, v. 787, p. 147616, 2021.

Downloads

Publicado

2023-11-16